Se
perguntássemos a cada um destes professores o que é mais importante que faça
para que seus alunos aprendam, o que pensa que responderiam?
Apesar
das desigualdades e das diferenças de atuações entre docentes, o objetivo é
ensinar a pensar, ensinar a aprender e aprender a aprender. A estratégia de
aprendizagem utilizada em cada situação na aula, levou a uma abordagem
significativa que permitiu uma prática reflexiva. Quanto às estratégias, o
objetivo maior é a aprendizagem, porém a utilização foi peculiar de cada
professor. O professor "A"
responderia que ministrou a aula utilizando conhecimentos prévios dos alunos
preocupou-se com os conteúdos, por isso realizou exercícios para a fixação
explorando meios que facilitam a aprendizagem. Os conhecimentos prévios
proporcionaram a assimilação do conteúdo ocorrido através de pares. Finalizando com uma avaliação ainda que
tradicional para medir os conhecimentos e a aquisição dos conteúdos estudados.
O professor “B” responderia que utilizou a estratégia inicial de resgatar os
conhecimentos prévios dos educandos, construindo uma linha de conhecimento para
a construção de um mapa conceitual coletivamente em sala de aula,
posteriormente fazendo uma troca de ideias durante o processo entre os próprios
educandos fortalecendo o aprendizado. Para finalizar e dar significado ao
conteúdo estudado, instigo a turma a elaborar um mapa conceitual, partindo de
uma realidade comum existente. A avaliação foi sistemática, ou seja, durante
todo o processo analisei o desempenho dos educandos. Já o professor “C”,
responderia que adotou a estratégia cognitiva ao planejar uma dinâmica em
grupo, onde não realizou uma construção de ideias prévias, mas que deveriam
elaborar através dos conhecimentos já existentes um mural com gravuras sobre o
conteúdo explanado. O procedimento adotado de avaliação para uma análise do que
foi aprendido, foi de observação dos murais, organizado de modo que cada equipe
se autoavaliasse. Em seguida, os demais grupos deveriam participar com
comentários e perguntas sobre o trabalho realizado. A Interferência e as
dúvidas desta reflexão se deram após o trabalho finalizado por todos os
envolvidos.
Para
Mezirow (1991), “a aprendizagem não ocorre em um momento específico, mas em um
espectro mais amplo, que deve envolver e estimular os indivíduos a aprenderem
com suas experiências”. Lembrando que em
algum momento, independente da estratégia, ocorreu a aprendizagem, mas não
podemos descartar que as mudanças de estratégias e a tomada de consciência fez
a diferença.
Se
perguntássemos a cada um destes professores como pensam que devem potencializar
a compreensão do conteúdo, o que vocês acreditam que nos diriam?
A
reflexão sobre a ação do processo de ensino aprendizagem se implica no manejo
de informação de conceitos e de mudanças e transformações nas práticas
educacionais. Sendo assim acreditamos que o professor “A” diria que a partir da
aula prévia poderia acrescentar documentários potencializando os conhecimentos
deste conteúdo. O modelo tradicional existente ainda em sua prática, deixa cada
vez mais claro o quanto este método tem impacto negativo, pois não amplia a
aprendizagem e limita o estudante a se acomodar com as informações recebidas. O
tipo de avaliação usada, também não favorece o aprendizado, entretanto se usar
uma avaliação com múltiplas escolhas abre um leque maior de conhecimento. Imaginamos que o professor “B” diria que
utiliza de estratégia de aprendizagem, no qual deu abertura à prática reflexiva
e principalmente construiu sua aula na reflexão sobre a ação. Esse vínculo,
criado entre o professor e o estudante, torna o professor o “facilitador” da
aprendizagem e o estudante o “protagonista” deste processo. Para potencializar
a compreensão do conteúdo poderia criar um fórum de perguntas e respostas, onde
os próprios estudantes pesquisariam o conteúdo relacionado para debater. Já
imaginamos o professor “C” ainda que dá continuidade aos conhecimentos prévios,
prioriza a aprendizagem reflexiva, oportunizando os estudantes a formar grupos
com 3 integrantes e com conhecimentos diferentes, favorecendo a conversação
exploratória. A aprendizagem reflexiva, orientada, pensando numa ação coerente
e futura, compreendendo os problemas presentes e buscando soluções. É um modo
de fazer com que os alunos aprendam de maneira cognitiva e construtiva, onde
são passadas informações generalizadas, de uma situação problema. Informações
estas que podem ser interrelacionadas em níveis cada vez mais criativos, onde o
aprendiz conhece e compreende a realidade a sua volta. Todos utilizam o modelo
de aprendizagem conceitual e/ou representacional, onde o aluno é capaz de
compreender e assimilar conceitos a partir de experiências diretas com um
determinado elemento.
Segundo
TARDIF (2005): Todo saber implica um processo de aprendizagem e de formação; e,
quanto mais desenvolvido, formalizado e sistematizado é um saber, como acontece
com as ciências e os saberes contemporâneos, mais longo e complexo se torna o
processo de aprendizagem, o qual, por sua vez, exige formalização e uma
sistematização adequadas.
A
aprendizagem depende do estudo e de quanto se estuda, mas também como se
estuda. É o aprender a aprender, é utilizar de técnicas de estudo e estratégias
de conhecimento desenvolvendo diferentes potenciais e habilidades. É aprender a
coletar, organizar suas próprias informações. Aprender a identificar problemas.
É elaborar estratégias, trabalhar em pequenos grupos, permitindo melhor
orientação do professor junto aos alunos proporcionando uma melhor reflexão e
conhecimento. Permite também ao professor um modo mais justo e coerente na
avaliação dos estudos apresentados, permitindo um aumento na probabilidade de
não se avaliar aprendizagens que não seja pertinente ao conteúdo de
conhecimento do aluno.
Se
perguntássemos a cada um destes professores que valor atribui à aprendizagem
cooperativa, o que você acha que nos diriam?
A
escola deve ser um local de ensino, de trabalho, de aprendizagem e de
convivência diária, sendo um espaço para pensar, aprender e descobrir de
maneira cooperativa possibilitando alcançar aprendizagens diversas. A
organização dos métodos utilizados favorece o sentido amplo dos trabalhos em
grupos com respeito às diferenças e outros valores. O papel do professor é de ajudar a caminhar
com autonomia, facilitando a aprendizagem do aluno dando referenciais a uma
visão crítica, no processo sistemático das referências teóricas. Cada um se
identificou com uma estratégia que foi conveniente e eficaz a sua prática de
ensino, qualquer das estratégias utilizadas envolvem complexidades e
elaborações relativamente positivas. Imaginamos que o professor “A”, dirá que sua
prática e estratégia de ensino consegue valorizar as ideias pertinentes ao
conteúdo, buscando apresentar conceitos que favoreçam aprofundar e reorganizar
seus próprios mecanismos de interação chegando ao resultado esperado. Através
dos processos de resolução de problemas e de maneira que não sobrecarregue os
alunos, e que eles aprendam a identificar, analisar e resolver problemas de um
modo organizado. Em relação à avaliação, o docente usou a forma tradicional
somativa, ao pôr atenção no resultado, obrigando o aluno a utilizar
procedimentos ou provas sobre o trabalho terminado. O professor “B”, durante a
construção de ideias do conteúdo fez com que os alunos se envolvessem no
processo ativo, cíclico e com participação capaz de compreender e conceber o processo
de interiorização. A contextualização da atividade dentro de uma sequência de
ensino deu sentido favorecendo a fixação do conteúdo alcançando o objetivo do
professor. O tipo de tarefa e distribuição entre os estudantes disponibilizou
indicadores que permitiram avaliar e ser avaliado no processo das interações
cooperativas e entre os membros de cada grupo. Ao passo que o professor “C”,
utilizou da estratégia de escrita colaborativa através da formação de grupos de
trabalho, onde os estudantes contextualizam perguntas de ensaio e exemplificam
respostas para os outros grupos. A aprendizagem ocorreu de forma cooperativa,
acentuando a importância da aquisição, do conceito de compreensão para
descrever o foco principal do conteúdo estudado. A avaliação neste caso, se deu
ao processo independente dos conhecimentos organizados, podendo considerar um
desafio aos estudantes que enfatizaram e explicaram os resultados do processo
educativo.
Que
recomendação daria a cada um destes professores para que melhorassem suas
aulas?
A
partir da perspectiva de que o processo de ensino deve orientar e fomentar a
aprendizagem crítica e significativa, que permita aos estudantes transferir o
que aprendem a diferentes situações da vida social, este propósito não é
possível sem elevar o nível de protagonismo do estudante na construção do
conhecimento, e portanto, o professor tem um papel essencial nesse processo.
Sendo assim, para o “professor A”, recomendaria que procurasse sempre refletir
sobre suas práticas, pois é muito importante ter em mente que as estratégias
devem ser utilizadas de maneira intencional e flexível e que seja feito de
forma cooperativa. Desse modo, podem ser realmente úteis para ativar o ensino,
durante o processo para favorecer a atenção e, inclusive, em um momento posterior,
para reforçar a aprendizagem, e que se alcance o objetivo de que os estudantes
aprendam a atuar de forma autônoma no seu crescimento como ser humano. Como diz
FUNIBER (2021, p.50) Johnson e Johnson, 1999: “Cooperar significa trabalhar em
conjunto para alcançar objetivos compartilhados. Nas situações cooperativas, as
pessoas procuram resultados, benéficos para si mesmos e para os outros
integrantes de seu grupo”. Para o
“professor B”, recomendaria que no processo de avaliação da aprendizagem se
leve em consideração, como ponto de partida, que cada aluno é um ser único, ou
seja, cada um tem um ritmo de aprendizagem, sendo assim, é necessário que o
docente conheça as dimensões do aluno, tanto cognitiva, afetiva e social, com o
objetivo de realizar um ensino individualizado e de qualidade, mas também é
indispensável que o próprio docente reconheça a si mesmo para otimizar suas
potencialidades e adaptá-las às características do grupo. Além disso, é preciso
considerar as relações interpessoais como um componente que está moldando um
determinado estilo de abordar o processo educacional, pois muitas vezes o aluno
tem um potencial enorme para desenvolver as atividades propostas, mas, no
entanto, ainda não foi desenvolvido nele a capacidade de se relacionar com os
demais componentes do grupo e também da sala de aula, e com isso o processo de
ensino-aprendizagem fica prejudicado. Nesse sentido, o professor tem um papel
preponderante para que o aluno entenda que a boa relação entre os pares é um
componente indispensável para que se atinja o objetivo proposto. Para o
professor “C”, recomendaria que embora o trabalho cooperativo entre alunos se
baseie precisamente na delegação da autoridade por parte do professor, é
fundamental a participação do docente desde o momento de elaborar a tarefa até
sua avaliação. Portanto, é essencial que se ofereça instruções claras para que
os alunos entendam e abordem efetivamente a atividade de estudo como uma tarefa
coletiva. Outro fator importantíssimo no processo de ensino-aprendizagem, é em
relação a formação dos grupos para a realização dos trabalhos propostos. Em
certos casos, pode-se recorrer a grupos homogêneos para se ensinar determinados
temas, mas em geral, é conveniente recorrer a grupos heterogêneos, nos quais
seus integrantes têm distintas aptidões, experiências ou interesses. Como diz
FUNIBER (2021, p.66) Pujolàs: “Se o que se pretende é conseguir suficiente
heterogeneidade, recomenda-se misturar os estudantes, tendo em conta variáveis
como o nível de suas competências acadêmicas, a diversidade étnica, cultural e
de gênero”. O professor neste momento deve conhecer as competências associadas
ao papel de mediador no processo da aprendizagem para estas áreas do saber.
Esta é uma das condições, mas não suficiente. É necessário que o professor
conheça as tecnologias disponíveis para usar como apoio pedagógico e também, é
necessário que o professor conheça as melhores técnicas de intervenção ou
estratégias pedagógicas, criando uma melhor condição para que o aluno aprenda.
A aprendizagem de um aluno refere-se à aquisição cognitiva, física e emocional,
sendo processadas de diversas maneiras, passando pelas suas competências
pessoais separando as informações em um local de aprendizagem. Este modo de
coletar e selecionar informações para poder separá-las necessita de
significados, valores, habilidades e estratégias para solucionar os conflitos
apresentados, criar novas visões e apresentar uma solução. O refletir a ação da
avaliação é utilizado como um tripé para análise e/ou referência para se
verificar a aprendizagem dos alunos. Os docentes sempre se preocupam com estas
avaliações efetivamente quando certo tipo de procedimento de aprendizagem lhe é
apresentado. A avaliação não deve ser o estímulo do esforço do aluno para
alcançar seus resultados, a avaliação é somente uma consequência do processo e
deve ocorrer em vários momentos do aprendizado. Estabelecer uma relação
interpessoal, significa não somente sistematizar o conteúdo, mas ir além da
linguagem politicamente correta. Nesse sentido o aprendizado tende a se
construir de forma prazerosa e contínua, sem ser uma coisa maçante ou
automática, é justo que ambos professores e alunos sejam entre si, objetos de
investigação e à medida que forem tomando consciência do quanto se constroem juntos,
em todas as etapas desse aprendizado, ambos são fatalmente importantes, para
que o fluxo desse conhecimento possa de fato fazer algum significado. Para
Vasco (2003): Em síntese a escola terá cumprido sua função social se ajudar
a formar gerentes de informações e não meros acumuladores de dados.
Givanildo Pereira Moura
Natural de São Paulo - SP - Formado em Matemática pela UNICID e em Pedagogia pela FAMOSP, Mestre em Educação com especialização em Gestão Escolar pela FUNIBER
Janaina Guilherme da Silva
Natural de Joinville – SC – Formada em Pedagogia
pela ACE, Pós graduada em Educação infantil e Séries iniciais pela UNIVILLE e Mestranda
em Educação com especialização em Gestão Escolar pela FUNIBER
José Henrique Soares Ferreira
Natural de Barbacena – MG – Formado em Matemática
pela UNIPAC, Pós graduado em Matemática e estatística pela UFL e Pós graduado
em Física pela UFV e Mestre em Educação com especialização em Gestão Escolar
pela FUNIBER
Nenhum comentário:
Postar um comentário