27 de janeiro de 2024

Interculturalidade: Equidade x Desigualdade no contexto educacional

 

Problematização: Interculturalidade


A problemática das diferenças culturais é complexa com múltiplas visões especialmente provocando tensões e reações de intolerância nos movimentos sociais num crescente quadro de iniquidade. Neste contexto procuramos encontrar através da educação intercultural um potencial para a equidade visando equilibrar e compreender diferentes contextos na escola. A existência das desigualdades, por vezes, separa as pessoas de um caminho mais equitativo.

A interculturalidade tem lugar quando duas ou mais culturas entram em interação de uma forma horizontal e simultânea. Portanto, nenhum dos grupos se deve encontrar acima de qualquer outro que seja, favorecendo assim a integração e a convivência das pessoas. Para tal tipo de relações interculturais implica mobilizar práticas educativas que visem uma educação crítica tendo como horizonte a reinvenção da escola. Se partirmos da premissa que o ser humano é composto por aspectos culturais diversos, que fazem parte da sua realidade e que estão inseridos no contexto escolar com suas múltiplas perspectivas, as vivências que estabelecemos em interação com vários grupos culturais podem contribuir de forma significativa para a mudança das regras estabelecidas pela visão unilateral e engessada da educação monocultural.

 

Enfoque teórico: como a escola pública lida com as especificidades do ensino fundamental quanto a equidade x desigualdade?


Partindo da perspectiva que Candau (2012, p.127) define o foco da interculturalidade crítica:


[...] questionar as diferenças e desigualdades construídas ao longo da história entre diferentes grupos socioculturais, étnico-raciais, de gênero, de orientação sexual, religioso, entre outros. Parte-se da afirmação de que a interculturalidade aponta a construção de sociedade que assumam as diferenças como construtivas da democracia que sejam capazes de construir relações novas, verdadeiramente igualitárias entre os diferentes grupos socioculturais, o que supõe empoderar aqueles que foram historicamente inferiorizados.


A escola atual, está inserida em um mundo cada vez mais sofisticado e exigente onde a sociedade se transforma rapidamente e que está marcada fortemente por movimentos que combatem as desigualdades em todos os sentidos. Portanto, se vê frente a grandes desafios para que possa realizar, de fato, uma educação intercultural e atender as tais finalidades no âmbito da educação escolar. A inclusão e aceitação das diversas camadas sociais e bagagens culturais não é feita de forma plural, mas têm tentado resgatá-las e integrá-las a todas as camadas, porém ainda há muito para se caminhar neste sentido.  Nas Declarações Universais da UNESCO, a instituição aborda o assunto ao falar que é “direito de todos os grupos humanos à identidade cultural e ao desenvolvimento da sua própria vida cultural no contexto nacional e internacional” (UNESCO, 1978, p.4), mas na prática isso nem sempre tem ocorrido.

As diferenças não são obstáculos para o cumprimento da ação educativa; podem e devem, portanto, ser fator de enriquecimento. Contraditoriamente, as políticas educativas estão fundadas no entendimento de que existe uma identidade nacional, construída a partir da ideia de um Estado-Nação. Daí o caráter monocultural da educação universalista que prevalece nos currículos escolares, e que pressupõe que todos/as compartilhem igualmente de uma mesma cultura. Assim, por meio de uma ação homogeneizadora a educação escolar, com frequência, ignora ou cala as diferenças culturais e reforça as desigualdades sociais. Diante deste cenário propomos caminhos para lidar e oportunizar o desenvolvimento de práticas entre disciplinas, fortalecendo a concepção de currículo integrado que visa a formação humana integral do sujeito.

 

Eficácia e a ineficácia da interculturalidade no âmbito escolar


Na perspectiva intercultural, a educação não é vista apenas como transmissão de informações de um indivíduo para outro, mas como uma construção de processos em que os diferentes sujeitos desenvolvem relações de reciprocidade, tanto conflituais como cooperativas.  A instituição escolar parece ter dificuldade em reconhecer que grande parte da população não se enquadra nos parâmetros determinados por uma concepção universalista de cultura. Como as políticas educacionais ainda não se mostraram eficazes no que se refere a implementar uma educação escolar voltada para a diversidade cultural e social, os menos favorecidos não conseguem adaptar-se à escola, já que nela seus valores e saberes não são aceitos nem validados.

Ainda não existem muitos novos tipos de exercícios para o aprendizado intercultural, que levam em consideração a mudança teórica e as abordagens bem fundamentadas, modelos dimensionais ou suposições padronizadas, sendo dificilmente compatíveis aos novos paradigmas. O mesmo é aplicável às encenações e simulações com duas culturas construídas de formas diferentes representadas como se fossem homogêneas. Lidar de maneira construtiva com situações de incerteza e insegurança, propicia refletir sobre as perspectivas e ações correspondentes. Compreender as diferenças quanto ao seu potencial de chances, e desenvolvendo a consciência nas atuações interculturais através de diferentes competências idiomáticas. A escola deve romper a consolidação das culturas dominantes e abordar a interculturalidade de modo a reconhecer as necessidades da identidade pessoal, tomando referência para o outro. Portanto, a formação de docentes, políticas educativas, implementação de currículo, didática devem fazer parte dessa mudança.  A eficácia de uma nova educação baseada na educação Intercultural se dará com a transformação de vários fatores, principalmente seguindo o caminho contrário da supremacia e relações de desigualdades. 

 

MAPA CONCEITUAL




FONTE: elaboração própria (2022)

 

 

 

Sujeitos atores


As relações entre as comunicações e as organizações governamentais, tem sido marcada nesta última década na construção de conceitos cibernéticos e da globalização, essa relação influenciou no campo de informações ligadas à interculturalidade.

Esse processo está em completo movimento, ou seja, pode ser entendido e percebido pela participação do sujeito ou dos sujeitos evidenciando na prática processual os atores dos diálogos formais e da realidade concreta e globalizada.

Na realidade, de qual forma a interculturalidade pode ser percebida como um processo inerente ao contexto educativo? Podemos evidenciar a presença desses sujeitos através de projetos desenvolvidos e seus diálogos nos processos interculturais.

A professora M. Marchiori (2015 como citado por Lívia Barbosa e Leticia Veloso, (2009 p. 167) reflete que:


[...] conectar interculturalidade e globalização e de se compreender seu impacto na sociedade e também nas relações interpessoais, observamos que esse olhar sobre a interculturalidade remete às questões do diálogo e do entendimento para ação, principalmente no sentido de evidenciar a atuação de negócios nesse mundo mais globalizado. Segundo as quais, tanto no aspecto micro quanto no macro, a interculturalidade está justamente em como fazer sentido para os sujeitos que se encontram naquele determinado processo.


As culturas não podem ser diferenciadas entre si e nem em si são homogêneas. Elas se definem por meios de relações dinâmicas e interações entre pessoas, construindo novos cenários no qual formam sua identidade independentemente estreita ou distante seja a sua relação.

 

Políticas públicas


Essas ações e programas são desenvolvidas pelo governo e servem para garantir e colocar em prática direitos que são previstos pela constituição. A política pública tem a influência no espaço educacional através dos seus programas educacionais, que visa desconstruir espaços homogeneizados no qual é responsável por excluir grandes parcelas de alunos não familiarizados com a cultura por ela veiculada. No entanto, as mesmas diretrizes curriculares propostas para as escolas, pelo sistema educacional não contemplam as necessidades e expectativas para uma implementação intercultural democrática. 

Um dos grandes desafios da escola e a diversidade é a maneira na qual deve-se atuar, com heterogeneidade, no sentido de legitimar a valorização do outro.

Vanilda Alves da Silva e Flavinês Rebolo (2017 como citado por Serpa A. 2011 pp.154-155) chama atenção para a necessidade de se pensar um outro modelo de escola:

 

[...] que seja fruto não de um projeto iluminado, de modelos importados, ou de soluções miraculosas. Mas uma escola tecida por uma rede de saberes, onde o aprendizado não seja apenas um objetivo final a ser alcançado, mas o próprio percurso percorrido. Defendo uma escola pensada não para sujeitos, mas pelos sujeitos. [...] Sujeito que não vive e que não narra sozinho, mas que traz consigo – e em si – as muitas vozes e suas experiências que narram também.

 

Uma escola que se reconheça além dos sujeitos e que se permita serem protagonistas de sua própria história. Reconhecer a Interculturalidade como processo dinâmico, contribuindo para uma educação de vai além dos muros da escola.  

 

Saberes e conhecimentos


Na área da educação, sempre fomos marcados por conflitos e manifestações das diversidades dos saberes e dos conhecimentos apresentados numa concepção epistemológica em torno da natureza, etapa e dos limites do conhecimento humano. Métodos e postulados de diferentes ramos do conhecimento e de pedagogias monoculturais. A ideia central contribui para a elaboração de outras formas de pensar o conhecimento científico, interpretando e encaminhando políticas e práticas pedagógicas, com o intuito de recriar, na vivência escolar, novos olhares frente à diversidade humana e cultural. Assim podemos compreender as múltiplas temáticas da educação e da interculturalidade, apresentando conhecimentos, saberes e perspectivas para práticas pedagógicas.  A interculturalidade impulsiona processos dinâmicos em várias direções, cheios de criatividade em permanente construção. Processos sólidos nos diversos universos socioculturais atuais, caracterizados por relações de poder e pelas grandes desigualdades sociais, políticas e econômicas. Este talvez seja o maior desafio da interculturalidade e também da educação intercultural, não camuflar as desigualdades, as contradições e conflitos das sociedades atuais, mas trabalhar com e intervir neles.

 

Práticas pedagógicas


Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2020) articulada na construção de conhecimentos e em suas competências gerais da educação básica busca afirmar valores e estimular ações que contribuam para sociedade. Neste sentido é importante destacar a sexta competência:

Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

A perspectiva intercultural pretende construir uma educação capaz de compreender a complexidade das interações humanas, superar preconceitos e exclusão sociocultural e criar condições para que haja crescimento de todos os indivíduos e seus respectivos grupos, promovendo mudanças profundas na educação: currículo, metodologias, técnicas, instrumentos pedagógicos, formação de professores e quadros administrativos. A educação Intercultural se dá através das relações e laços construídos com o outro, com a convivência cotidiana, dos vínculos, valores, costumes e o desapego de suas culturas, é uma desconstrução dos padrões culturais. É o reconhecimento que torna possível a interculturalidade, na medida em que a compreensão e valorização das diferenças possibilita o enriquecimento e a autocriação recíproca. Para pôr em prática esses preceitos, o professor precisará acolher as diversas culturas que se expressam nas instituições escolares, precisará acolher as histórias de vida, as crenças, os valores e a experiência dos alunos, e aprender a lidar com as diferenças e os conflitos.

 

Conclusão


O desafio da Educação Intercultural está no fato de ser um processo entre sujeito-sujeito. É necessário que se desenvolva uma relação que possibilite “um processo dinâmico e permanente de comunicação e aprendizagem entre culturas em condição de respeito, legitimidade mútua, simetria e igualdade”, que proporcione ainda uma troca, ou um intercâmbio que possa ser construído entre essas diferentes pessoas e seus conhecimentos, saberes e práticas culturalmente diferentes, buscando desenvolver um novo sentido entre elas na sua diferença, um espaço de negociação e de tradução onde as desigualdades sociais, econômicas e políticas, e as relações e os conflitos de poder da sociedade não são mantidos ocultos e sim reconhecidos e confrontados. Somente através da relação entre os diferentes sujeitos e o respeito mútuo às suas culturas e histórias, é que as visões etnocêntricas de superioridade de credos, classes sociais e raças poderão ficar para trás, onde a escola como meio social possa vir a ser multiplicadora de uma cultura organizacional intercultural que venha promover discussões democráticas e soluções de conflito.




Givanildo Pereira Moura

Natural de São Paulo - SP - Formado em Matemática pela UNICID e em Pedagogia pela FAMOSP,  Mestre em Educação com especialização em Gestão Escolar pela FUNIBER

 

Janaina Guilherme da Silva

Natural de Joinville – SC – Formada em Pedagogia pela ACE, Pós graduada em Educação infantil e Séries iniciais pela UNIVILLE e Mestranda em Educação com especialização em Gestão Escolar pela FUNIBER

 

José Henrique Soares Ferreira

Natural de Barbacena – MG – Formado em Matemática pela UNIPAC, Pós graduado em Matemática e estatística pela UFL e Pós graduado em Física pela UFV e Mestre em Educação com especialização em Gestão Escolar pela FUNIBER

18 de janeiro de 2024

Resolução e transformação de conflitos no âmbito escolar

 

Mediação de Conflito no âmbito escolar

A mediação é considerada uma ferramenta de grande importância na gestão de conflitos no âmbito escolar. Por meio de um ambiente pacífico, seguro e construtivo é possível desenvolver nos alunos competências socioemocionais e pedagógicas. Ela atua na prevenção de violências, estimula a solidariedade e o pertencimento à comunidade escolar, fortalecendo a cultura da paz e a pacificação social. Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo que damos ênfase na Declaração Universal dos Direitos Humanos no Artigo III – Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e a segurança pessoal; e do Artigo VI – Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei.

A mediação oportuniza a humanização, novas aprendizagens, o espaço da escuta e da palavra. Para Rosa e Zedra (2020) “mediação é uma alternativa para a solução de conflitos, em que o mediador, imparcial e neutro, auxilia e possibilita a comunicação entre os envolvidos com o objetivo de chegar a um consenso onde todos ganham.”

Para realizar uma boa mediação, é preciso que esteja atento ao roteiro sugerido por Rosa e Zedra (2020):

● Escolher um ambiente acolhedor, de preferência utilize mesa redonda ou rodas de conversa (sem polaridade).

● Estabelecer comunicação eficiente entre os medianos, por meio de recepção dos envolvidos RAPPORT 1.

● Especificar as regras a serem seguidas (respeito mútuo e organização/tempo de falar e ouvir) pelos envolvidos durante a mediação.

● Identificar as questões a serem abordadas, os interesses e sentimentos de cada parte, utilizando a escuta ativa/comunicação assertiva (Comunicação Não Violenta).

● Resumir para os envolvidos as controvérsias apresentadas para que reflitam sobre o que foi dito.

● Iniciar a cooperação entre os envolvidos para possível negociação.

● Registrar e fazer a leitura do que foi acordado na mediação, incentivando a fidelidade do que foi acordado entre as partes.

● Finalizar com RAPPORT.[1]

A mediação escolar é a busca pela solução, sempre por meio do diálogo. As técnicas de mediação fornecem ferramentas necessárias para estabelecer marcas/balizas para atuação do mediador. As técnicas utilizadas dependerão muito do contexto e da complexidade do conflito, por isso é importante que conheça algumas das técnicas para desenvolver o trabalho de mediação escolar. É uma ferramenta para resolução de conflitos envolvendo os vários atores na escola: gestores, professores, alunos, ou seja, toda a comunidade escolar.

 

Conflitos Hipotéticos: Após anos de afastamento de minhas atividades escolares, resolvi junto com o apoio do meu médico psiquiatra, que deveria voltar a enfrentar as minhas ocupações rotineiras e que já havia ocupado durante mais de 20 anos. Então naquele 1º dia de agosto chego à escola e logo fui informado que minha aula naquele momento era em uma turma do 1º ano do Ensino Médio. Tudo me parecia normal, até observar as risadas de meus colegas de trabalho. Algo não “parecia correto...”.

 

Capacidade comunicativa, Capacidade de escuta e a Criatividade: Ao entrar naquela turma notei os diferentes tipos de comportamentos inadequados para uma sala de aula. Eram jovens que claramente demonstravam conflitos e situações de desrespeito oriundo de problemas sociais que resultaram em um ambiente desconfortável para todos. Não havia condições de ministrar minha aula sem me abster dos conflitos daquele momento.

 

Atividade prática através da capacidade comunicativa: Logo de início observei que havia estudantes com distorção idade/série e por motivos variados e entre estes o mais importante era que a turma possuía claramente baixo rendimento de aprendizado, no qual era notório o desnível de interesse e conhecimentos. Portanto, o momento de escuta era particular e difícil de chegar a uma compreensão de ambas as partes. Esta relação entre o mediador e os mediados é um processo de aprendizagem, onde todos ganham. Corroborando com o artigo XIX da Declaração Universal dos Direitos Humanos, respeitando em sua totalidade, não os onerando de que tudo que fazem não tenha consequências, aprender a resolver seus próprios conflitos os fortalece e os tornam protagonistas desses processos.

 

Atividade prática através da capacidade de escuta: Nem todos os conflitos divergentes podem ser resolvidos e entendidos da mesma maneira. Neste momento passamos a trabalhar as gerações de confiança, onde a mediadora cultiva a confiança das partes e as mesmas passam a desempenhar uma maior segurança no mediador. Assim, fizemos um momento de escuta organizando a sala de aula em círculo para que todos pudessem falar. Durante esse momento, os estudantes que quisessem se expressar tiveram esse momento, tão logo os demais tiveram que ouvir. Ao se depararem com algo insatisfatório, eles partilharam suas opiniões, sendo todos ouvidos e ao final foram questionados pelo mediador. O que podemos fazer para melhorar? Qual meu papel enquanto estudante? Qual minha relação com a turma? Esta atividade teve como princípio a neutralidade entre as partes, na busca pela voluntariedade e confidencialidade no processo, a fim de melhorar a relação dentro da sala de aula.

 

Este modelo de atuação nos conflitos existentes apresentou uma grande iminência de melhora estratégica na prevenção relacionada à convivência escolar. Também, alcançamos um número muito participativo, obtendo um número expressivo (provavelmente 45%) de alunos seguindo seus estudos no seguimento de Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e com isto conseguiram seus diplomas do ensino médio.

 

Atividade prática através da capacidade da criatividade: Derivado dos conflitos dentro de sala de aula, sabemos que é um processo moroso tanto na aplicação como nos seus resultados. Os conflitos existentes eram decorrentes da distorção idade/série devido às realidades diferentes. Para mediar tais divergências além da escuta propusemos outras formas de se expressar. Buscando o autoconhecimento para a solução do conflito.

 

Frase 1

A empatia é certamente um dos mais nobres sentimentos humanos. Para entender e ajudar o próximo é necessário se imaginar na condição dele.

Frase 2

O mediador compreende as questões socioemocionais, ajudando a enxergar o ponto de vista individual, e a relação do respeito democrático no coletivo.

 

Anexo

Embasando o trabalho que nosso grupo realizou, apresentamos o trabalho realizado na Escola Municipal Professor Avelino Marcante e outras escolas da Rede Pública Municipal da cidade de Joinville, em 2018, onde foi aplicado um programa Educacional com metodologia voltada a superar seus desafios e conflitos. O Programa chamado TOCfE (Teoria das restrições para educação), patrocinado pelo empresário da cidade, foi trazido por ele de Israel e aplicado por voluntários aos Professores da Rede Pública e replicado para as crianças e adolescentes. A capacitação aos professores das escolas, fortaleceu a administração dos conflitos dentro de sala de aula, tornando-os mais reflexivos e independentes ao lidar com as situações que parecem. https://www.tocfe.com.br/

 

O trabalho tem como objetivo a resolução de conflitos dentro do ambiente escolar e ensina a superá-los. A Teoria das Restrições utiliza metodologia através do ganha ganha. São utilizadas três (03) ferramentas onde dentro delas faz com que o estudante aprenda a resolver seus próprios conflitos.

 

Ferramenta da TOCfE (TOC for Education)

O que é?

Conceitos e Definições

Diagrama de dispersão de nuvem

Trata-se de uma ferramenta de organização gráfica que busca responder as cinco perguntas em uma situação de conflito. Com ela, é possível identificar um problema ou uma situação de conflito.

Situação de conflito entre eu quero/você quer para atender as necessidades em busca de um objetivo comum. Possibilita a injeção de uma solução ganha-ganha.

Árvore da ramificação lógica

É uma ferramenta para avaliar as consequências. Seu objetivo é modificar uma conduta ou comportamento negativo ou ideia através da própria iniciativa da própria pessoa que passa a assumir a responsabilidade pela mudança

Atua para a descoberta da causa e efeito, demonstrando o lado positivo e negativo da solução, suas consequências, parcialidades, pressupostos e facilitando a eliminação das situações negativas e que impedem a convergência de ideias.

Árvore dos objetivos ambiciosos

Esta é uma ferramenta que facilita a construção de um planejamento estratégico, levando em consideração a situação atual e a situação pretendida. Também é possível, através dessa ferramenta, a previsão dos obstáculos que poderão existir no caminho da obtenção do objetivo.

Atua no auxílio da elaboração do planejamento estratégico, identificação de obstáculos e objetivos intermediários e conexões de causa efeito e pré-requisitos.

Elaboração Própria



[1] Rapport é uma palavra de origem francesa (rapporter), que significa “trazer de volta” ou “criar uma relação”. O conceito de Rapport é originário da psicologia, e é utilizado para designar a técnica de criar uma ligação de empatia com outra pessoa, para que se comunique com menos resistência.


10 de janeiro de 2024

FATORES DA APRENDIZAGEM

 

Introdução

 

A presença constante e mais atuante da escola e da comunidade que a rodeia, na construção da aprendizagem individual dos docentes é cada vez mais importante e necessária.

Partindo dessa visão que o professor não deve ser o ator principal no processo de ensino aprendizagem, elaboramos um planejamento de estudos para uma turma de 9º ano, onde a faixa etária é em média de 15 anos. Por serem meninos e meninas adolescentes, propomos uma aprendizagem colaborativa e reflexiva, pois é parecida com à aprendizagem cooperativa e podem se completar. Este tipo de aprendizado é fomentado pela interação e a meta está no processo de colaboração e não no produto, como no caso da cooperação.

 

Segundo Gros (1999) – “a responsabilidade pela aprendizagem é de todos os integrantes do grupo. O objetivo de fomentar a colaboração é que o aluno seja capaz de desenvolver, além de habilidades cognitivas, habilidades sociais e pessoais, uma vez que para trabalhar em colaboração deverá administrar decisões e ações em benefício do objetivo comum.”

 

O papel professor na transmissão do pensamento reflexivo e ativo, é mais que reprodução simplesmente, conta a qualidade e a riqueza de representação mental do conteúdo que se processa. É importante ter capacidade para achar variantes nos pensamentos em torno do tema, como explicar, evidenciar e exemplificar, generalizar, aplicar, estabelecer analogias e representa-lo de várias maneiras. Podemos concluir que, esta modelo de pensar, na prática, não é fácil.

 

Objetivos do projeto

 

O projeto tem como objetivo levar os docentes a entender e conhecer o funcionamento dos aparelhos elétricos, resistentes ou não resistentes, juntamente com suas propriedades físicas. Conhecer e entender como se comporta os elétrons. Finalizando com a descoberta das tensões elétricas a qual os aparelhos são submetidos e suas potencias elétricas.

O projeto também levantara os benefícios de utilizar a eletricidade de forma consciente para uma vida socioambiental mais correta. Juntamente poderá ser utilizadas habilidades e competências em outras áreas de forma cooperativa para se obter uma investigação e conclusão dinâmica e marcante.

 

A avaliação seguirá critérios coerentes com o princípio de “autenticidade”, evidenciando as competências e habilidade necessárias para se obter soluções. Existe a possibilidade de ser tornar pública, através de apresentações para os colegas de turma ou até mesmo para a comunidade escolar envolvida. Em toda trajetória do projeto os discentes serão acompanhados pelo docente que retroalimenta com um “feedbak”.

Todo projeto é elaborado e apresentado à direção escolar através de uma planilha apresenta aqui no item três (3).

 

Planejamento

Planejamento de trabalho – Bimestral (2022)

 

 

COLÉGIO EDUCACIONAL

QUATRO + TRÊS

 

 

PLANEJAMENTO DE TRABALHOS – BIMESTRAL

 

Turma(s): 9º anos

Componente Curricular:

Ciências

Período: 01/02/2022 à 31/03/2022

Objetos de Conhecimento: CONSUMO SUSTENTÁVEL DE ENERGIA ELÉRICA

INCENTIVAR A CONSCIÊNCIA SOCIOAMBIENTAL DOS ESTUDANTES.

Habilidade(s):

SABER ESCOLHER EQUIPAMENTOS E LÂMPADAS NO MOMENTO DE SUA AQUISIÇÃO, LEVANDO EM CONTA NÃO SÓ SEU VALOR, MAS TAMBÉM SEU CONSUMO DIÁRIO DE ELETRIZIDADE.

Professor (a): JOSÉ HENRIQUE  

 

Recursos necessários para a aula

Tempo de estudo previsto

8 aulas mensal, sendo 2 aulas semanais

Objetivos de Aprendizagem a serem alcançados

 

Materiais descartáveis, equipamentos elétricos (velhos ou novos), caderno, canetas coloridas, lápis, livros, folha quadriculada, calculadora e notebook ou aparelhos similares.

1ª e 2ª semana – pesquisar, catalogar e adquirir equipamentos elétricos (velhos ou novos); aprender a ler instruções de manuseio do aparelho, verificando a potência, voltagem (diferença de potencial – DDP) a qual deve ser submetido e a tabela “selo procel”.

Conheça o Selo Procel de Economia de Energia

Figura 3.1.1 Tabela PROCEL de economia de energia - http://guiadecompras.casasbahia.com.br/eletrodomesticos/conheca-o-selo-procel-de-economia-de-energia

3ª e 4ª semana – Com os conhecimentos e habilidades adquiridos nas primeiras semanas passamos a analisar, a projetar e a criar um modelo para o consumo diário dos equipamentos que utilizamos, além de conhecer as causas e consequências, da utilização de equipamentos ao serem ao serem conectados em uma tensão superior.

5ª e 6ª semana – Retomar os questionamentos anteriores sobre o consumo sustentável de energia elétrica, convergindo todo conhecimento à consciência socioambiental dos estudantes (modelo de Kolb). Explicar sobre os perigos por trás do uso indevido da eletricidade, como por exemplo: a simples brincadeira de soltar pipas próximas a fios e estações elétricas.

O aluno descobre que a energia elétrica está diretamente ligada ao tempo de consumo do aparelho e também à sua potência elétrica.

7ª semana – Os discentes pesquisam novas fontes de energia alternativas, trazendo para o debate em sala.   Utilizar a técnica de aprendizagem para o ensino recíproco, colocando dois alunos que apresentam um nível de habilidades diferente ante ao problema estudado. Assim um dos alunos assume o papel de tutor e o outro de tutorado.

8ª semana – Avaliação: os alunos poderão revisar os conteúdos estudados nas sete semanas anteriores; serão realizadas atividades para verificar as habilidades e competências adquiridas no processo de ensino. Por fim, os docentes são levados a formar grupos de quatro ou cinco membros, onde serão levados a apresentar o que se adquiriu como competência, utilizando de técnicas de aprendizagem colaborativa. Neste momento as atividades poderão ser repassadas a toda comunidade escolar.

 

Este estudo propício o conhecimento do comportamento e das propriedades dos aparelhos resistentes e não resistentes verificando o comportamento das cargas elétricas em movimento, permitindo a compreensão de suas aplicações na vida cotidiana.

Também serão levantados os benefícios de se utilizar aparelhos, por menor tempo possível, diminuindo o valor final em sua conta mensal de consumo de energia.

Será possível ativar as habilidades e competências matemáticas para comunicar os resultados obtidos em suas investigações. Através de operações ou cálculos simples, quanto em gráficos elaborados e detalhados. Em todo momento é possível à utilização de plataformas ou sites simples e de fácil acesso.

Metodologias, práticas pedagógicas ou ferramentas não presenciais.

Forma de Registro da frequência do aluno

Forma de Avaliação

Usar organizadores gráficos e semânticos para representar o conteúdo estudado aumentando sua compreensão. OS docentes precisam identificar conceitos ou categorias como: acontecimentos, formas de energia, problemas socioambientais, etc.

Este procedimento de categorização favorece muito a compreensão e o raciocínio dos educandos.

 

Apresentações gráficas são eficientes e muitas das vezes agradáveis quando apresentados de uma forma lúdica. Para a construção dos gráficos podemos utilizar Tecnologias de Informação (TI) com plataformas simples onde o aluno pode construir e manusear sua própria tabela comparativa e gráficos de vários tipos e modelos que ajudam a classificar e a hierarquizar a informação.  

Apresentação dos estudos, conclusões e autorreflexão sobre o processo que se realizou. Realizar uma auto avaliação tanto no processo, como dos resultados apresentados.

Podendo ocorrer com apresentação de material e dados coletados podendo ser de forma presencial na própria escola ou virtual utilizando plataformas definidas

 

Durante a execução do projeto o discente recebera feedback do professor já que o processo é formativo, ou seja, tem a intenção de oferecer aos estudantes a oportunidade de refletir sobre suas experiências de aprendizagem. Neste processo, professor e alunos andam juntos na conquista da aprendizagem.

Ocorreram avaliações baseada em exercícios com o propósito de verificar as competências absorvidas pelos estudantes. Neste modelo de avaliação, os estudantes não precisam saber unicamente o “que”, mas também “quando”, “onde” e “como”.

O aluno terá que apresentar um portfólio com pensamento crítico; dissertações interativas e criativas, justificando suas argumentações através da entrega

Fonte: Elaboração própria

Conclusão

 

O mundo vive uma grande produção da energia elétrica em larga escala, para uso residencial ou comercial, porém este alto número de consumidores faz da sua utilização de uma forma erronia e descontrolada. Temos que entender e conhecer fontes de energia mais adequadas à realidade local em que vivemos. O projeto apresentado, através do plano de estudos bimestral, poderemos conhecer e entender uma série de fatores relacionados à energia elétrica, seu consumo racional, além de poder identificar quais aparelhos são apropriados para nosso consumo.


Givanildo Pereira Moura

Natural de São Paulo - SP - Formado em Matemática pela UNICID e em Pedagogia pela FAMOSP,  Mestre em Educação com especialização em Gestão Escolar pela FUNIBER

 

Janaina Guilherme da Silva

Natural de Joinville – SC – Formada em Pedagogia pela ACE, Pós graduada em Educação infantil e Séries iniciais pela UNIVILLE e Mestranda em Educação com especialização em Gestão Escolar pela FUNIBER

 

José Henrique Soares Ferreira

Natural de Barbacena – MG – Formado em Matemática pela UNIPAC, Pós graduado em Matemática e estatística pela UFL e Pós graduado em Física pela UFV e Mestre em Educação com especialização em Gestão Escolar pela FUNIBER



Finalmente encontramos vida no universo?

As recentes análises do telescópio James Webb sobre o exoplaneta K2-18b trouxeram uma notícia empolgante para a comunidade científica global...