Os objetivos da ação formativa
A proposta ressaltada no trabalho é pertinente ao contexto da
formação de professores com o formato de oficinas onde a necessidade da
reestruturação que ainda privilegiam visões tradicionais na formação acadêmica
possa ser percebida que estão ultrapassadas. Ao longo das últimas décadas a
qualificação na formação de professores universitários têm assumido novas
práticas e estratégias de ensino voltado a professores críticos e reflexivos a
suas práticas educacionais. Com a nova Lei de Diretrizes e Base da Educação
(9394/96) e a necessidade de repensar seus modelos de formação de professores e
“assumir o desafio e o compromisso de formar de maneira diferenciada,
profissionais da educação capazes de atuar como agentes de mudança da educação
básica no Brasil”. (Pereira-Diniz; Amaral, Fernanda. 2010 p. 536). A
complexidade da situação demanda repensar a formação docente em sua
multidimensionalidade. Para isso, as mudanças não podiam ser superficiais e
sim, um conjunto de intervenções que vem sendo desenvolvido nos cursos de
Licenciatura
Na sociedade contemporânea os questionamentos quanto a
fragmentação formativa, o método ultrapassado, a falta de inserção do uso da
tecnologia atentam para o quanto é necessário um redirecionamento para a
formação de professores universitários críticos e reflexivos para o processo de
aprendizagem. Desse modo as mudanças na formação do docente têm o compromisso
de adequar-se aos novos tempos. Sobretudo, assumir novas práticas e estratégias
de ensino que ultrapasse conceitos estruturais e desenvolva as potencialidades
e práticas docentes.
No atual contexto de mudanças/reformulações apresentamos uma breve
reflexão sobre a contextualização na formação superior e as possibilidades
formativas metodológicas das oficinas pedagógicas em âmbito teórico escolhido
como recorte a serem compartilhados. As informações estão à posição de todos,
porém se queremos uma educação com qualidade e competência no ensino básico é
preciso formar futuros professores com melhores condições e com estruturas
dinâmicas que potencializam o melhor de seus futuros educandos. Consideramos a
oficina um espaço amplo de reflexão, entendimento da realidade educacional e
pesquisa.
Segundo Cosme (2009) “A prática dos professores tende a ser
determinada pelos saberes construídos noutros espaços, os quais deste modo, são
importados para o contexto de sala de aula”. Os cursos de licenciaturas devem
rever os conceitos ultrapassados e valorizar uma formação flexível e dinâmica,
onde ultrapasse conceitos estruturais e desenvolva as potencialidades e
práticas docentes.
O modelo de formação do professorado
Estar atento aos saberes pedagógicos é um dos mais complexos
desafios para melhoria da educação no nosso país, analisando as políticas
sociais relacionadas a essa área. Entretanto, se faz necessário que se realize
esse processo, para que possamos almejar no futuro uma sociedade crítica, capaz
de enxergar as desigualdades sociais que se vive, e que ao mesmo tempo seja
competente para tomar as decisões corretas, no sentido de diminuir essa
diferença, e com isso crescermos como nação. Esse desafio é imenso, pois
envolve uma série de fatores que devem ser considerados: o conhecimento já
existente, o trabalho coletivo e a sociedade atual em que vivemos com o advento
das novas tecnologias. Citando Castells (1999):
É preciso
praticar a personalização dos caminhos para o melhor aprendizado de cada um.
Conhecer o ritmo, a velocidade e o estilo pessoal de aprendizagem, para que
cada indivíduo tenha o interesse e a capacidade para lidar com as informações e
inovações que chegam o tempo todo.
Esse processo de formação continuada através de oficinas, visa
atingir as necessidades e anseios da sociedade atual, reconhecendo seus
valores, suas teorias e suas reflexões quanto ao seu conhecimento, e assim
desenvolver a sua práxis. Lidar com as novas linguagens e compreender as novas
formas pedagógicas, é um desafio colocado para os educadores que entendem ser
hoje, a tecnologia uma realidade que impregna a vida de todos, envolvendo novas
concepções de ensino e aprendizagem e compartilhando experiências.
Consideramos, nesse sentido, assim como Scheibe (2007, p. 209),
que: formação inicial quanto aos programas de formação continuada usar
articuladamente tecnologias educacionais, não como substitutivos da modalidade
presencial, mas como cooperativos, garantindo nesse processo a possibilidade
criativa dos professores formadores com os conteúdos e materiais didáticos.
Através das oficinas o desenvolvimento da criatividade nos
permitirá a melhoria da qualidade de ensino. Consiste em estabelecer propostas
que contribuam para que o conhecimento seja socializado, da melhor forma
possível, num processo de humanização. Precisamos, portanto, buscar uma
formação continuada sólida, sistematizada e legalmente amparada para que
possamos enfrentar velhos e novos paradigmas de que nossa intervenção na vida
dos alunos será significativa à medida que os conduzirmos a um processo de emancipação
e autonomia, dotando-os de todo conhecimento possível para que esse processo
realmente se efetive.
Os tipos de modalidades formativas
Dentre as modalidades formativas que são as mais variadas
possíveis, precisamos pensar em garantir que sejam de fato eficientes e que
abranjam e favoreçam de forma plural, pensando que nem todos os indivíduos
participantes possuem o mesmo conhecimento e a mesma habilidade para romper com
a concepção de formação teórica. Ao pensarmos, as oficinas pedagógicas enquanto
estratégia de aprendizagem para o professor em formação no qual amplia
conhecimentos e leva a reflexão em sua concepção histórico crítica e social,
entendemos que elas possibilitam a construção de conhecimento. Anastasiou;
Alves 2015, p.96) entende:
A oficina
se caracteriza como uma estratégia do fazer pedagógico onde o espaço de
construção e reconstrução do conhecimento são as principais ênfases. É lugar de
pensar, descobrir, reinventar, criar e recriar, favorecido pela forma
horizontal na qual a relação humana se dá. Pode-se lançar mão de músicas,
textos, observações diretas, vídeos, pesquisas de campo, experiências práticas,
enfim vivenciar ideias, sentimentos, experiências, num movimento de
reconstrução individual e coletiva.
Se tratando de oficina na área de formação continuada, as
propostas devem ser enfatizadas no papel do professor como profissional e na
prática pedagógica. Saber o que queremos, que tipo de aluno, que sociedade, que
tipo de formação orientará nossas ações? É inegável que numa oficina ocorrem
apropriação, construção e produção de conhecimentos teóricos e práticos, de
forma ativa e reflexiva. Fatores estes, primordiais para a interação humana.
Os conteúdos da formação
Tendo em vista as possibilidades formativas das oficinas
pedagógicas ressaltando a contribuição como uma forma essencial de aprimorar o
conhecimento em relação à prática e o cotidiano escolar, envolvendo o sujeito e
o contexto social, em diversos espaços educativos. Esta concepção teórica
metodológica está presente no processo formativo de ensino e aprendizagem em
diversas áreas do conhecimento convergindo para facilitar a construção do
saber.
Segundo Freire (1983) a educação está separada da teoria: “Nossa
educação não é teórica porque lhe falta esse gosto da comprovação, da invenção,
da pesquisa. Ela é verbosa; Palavresca. É “sonora”. É “assistencializadora”.
Não comunica. Faz comunicados, coisas diferentes.
Existe uma barreira entre a teoria e a prática nos processos
formativos fundamentados em referenciais teóricos normativos, onde o professor
e sua interpretação são relevantes para a execução de bons resultados.
Portanto, o conhecimento docente deve ser moldado, construído e reconstruído,
não por meio de conhecimentos, ideias, explicações ou teorias antigas e sim, o
professor deve substituí-las por novas teorias, refinando ou criando novos
modelos. Mediante as considerações a oficina pedagógica na prática educativa,
consideramos a articulação de diferentes propostas metodológicas ao longo do
desenvolvimento, que tem a função de ajudar a promover o aprendizado, através
do envolvimento do professorado e sua própria formação. Os conteúdos a serem
desenvolvidos nestas oficinas seriam: práticas e estratégias em sala, didática
no ensino superior, reflexões sobre suas práticas pedagógicas e a complexidade
entre a teoria e a prática. A ação
formativa constrói conexões que possibilitam em seu processo educativo o aprimoramento
na resolução dos problemas como um caminho a enfrentar desafios intelectuais
para melhorar o entendimento e o desenvolvimento. Faz-se necessário esse
processo de constante prática, formação reflexão e teoria para que se construa
um confronto de ideias, e trocas de experiências para que haja mudanças na ação
docente.
A duração da
ação da formativa
Os momentos de interação, pesquisa e aprendizagem fazem parte dessa oficina onde o professorado coloca seus anseios e faz as trocas de conhecimentos. A possibilidade de reflexões posteriores às oficinas pedagógicas, é enriquecedor e oportuniza momentos levantando discussões sobre diferentes aspectos observados no campo de atuação, nos fortalecendo quanto profissionais/formadores e embasando futuros professores que buscam constituir a partir desse conhecimento, aprendizados significativos quanto ao teórico e a prática. Essa oficina supera a dicotomia, portanto, há necessidade de desenvolver a oficina com o formato em quatro encontros, direcionando cada encontro um tema com duração de um dia com quatro horas semanais, com opções de interações e trocas de vivências, durante a formação, onde se faz necessário para o aprimoramento da prática pedagógica.
José Henrique Soares Ferreira
Natural de Barbacena - MG - Formado em Matemática pela UNIPAC, Pós graduado em Matemática e estatística pela UFL e Pós graduado em Física pela UFV e Mestre em Educação com especialização em Gestão Escolar
Givanildo Pereira Moura
Natural de São Paulo - SP - Formado em Matemática pela UNICID e em Pedagogia pela FAMOSP, Mestre em Educação com especialização em Gestão Escolar pela FUNIBER
Janaina Guilherme da Silva
Natural de Joinville – SC – formada em Pedagogia
pela ACE, pós graduada em Educação infantil e Séries iniciais pela UNIVILLE e Mestra em Educação com especialização em Gestão Escolar pela FUNIBER